Quando um inseto pica uma pessoa ele injeta algumas substâncias que têm a função de anestesiar o local e impedir a coagulação do sangue para poder então poder sugar. Essas substâncias podem causar uma reação alérgica no local da picada, principalmente em crianças.
Prurigo estrófulo ou urticária papular é o termo que os médicos dão a essa alergia a picada do inseto.
O inseto pode ser um mosquito, pulga ou percevejo e identificar qual desses insetos esta causando a reação é primordial para o tratamento.
Normalmente as crianças são as mais afetadas, a partir de 1 ano de vida e geralmente a melhora ocorre até os 10 anos, espontaneamente, o que chamamos de dessensibilização natural.
Quais os sintomas do prurigo estrófulo?
Geralmente aparecem bolinhas (pápulas) avermelhadas e bem inchadas, próximas umas das outras e em áreas expostas como pernas e braços quando o inseto é um mosquito e em áreas cobertas do tronco quando são as pulgas e percevejos. Essas bolinhas, que coçam muito, ficam menos inchadas dentro de algumas horas porém no paciente alérgico ficam pequenas bolinhas que podem ter água dentro (vesículas), permanecendo por semanas e ao sumirem deixam uma mancha clara ou escura como sequela.
Como é feito o diagnostico?
Geralmente o diagnóstico é clínico. Ao se avaliar a história do paciente e as características das lesões é possível fazer o diagnóstico de prurigo estrófulo e dizer qual foi o inseto. Por vezes pode-se fazer teste alérgico ou exames de sangue para alergia a mosquito.
Como se trata?
O principal é a prevenção:
Quando se suspeita de pulga devemos avaliar os animais domésticos e tratar toda a casa. No caso de percevejo geralmente tem uma história de um surto na vizinhança ou alguém que voltou de um hotel e pode ter trazido o inseto na mala. É preciso examinar o colchão por manchas escuras que são as fezes dos percevejos.
No Brasil o grande vilão é mosquito que se prolifera devido ao nosso clima tropical. Roupas de manga longa e calça comprida agem como uma barreira mecânica, se você aguentar o calor… Janelas e portas devem ter telas para impedir a entrada do inseto. Mosquiteiros na cama são eficazes.
Início da manhã e final da tarde são os momentos que os mosquitos saem para se alimentar, então cuidado redobrado! Ambiente climatizado com ar-condicionado também é eficaz.
Pode-se usar repelentes elétricos (com liberação de inseticidas) nas tomadas da casa. É importante combater os criadouros de mosquitos evitando água parada, acumulo de lixo e entulho nas proximidades.
Aparelhos ultrassônicos ou que liberam luzes não têm eficacia comprovada.
Os principais repelentes no mercado são a base de DEET (autan, OFF, super repelex) e a base de Icaridina (exposis, SBP 12hs). São eficazes quando se respeita o tempo de ação na bula do produto sendo que a icaridina possui um tempo de ação mais longo sendo mais portanto mais prático.
Repelentes naturais como citronela têm a desvantagem de um período de ação muito curto de apenas 2 horas, necessitando reaplicação frequente. Faltam estudos que comprovem que a vitamina B1 (tiamina) tem efeito protetor contra picadas de insetos.
Se a prevenção não funcionar e a criança for mordida pelo inseto o uso de pomadas de corticoide local aliviam a coceira e inchaço. Os antialérgicos orais também podem ser usados para aliviar a coceira. Deve-se manter as unhas curtas e mãos limpas e orientar os pequenos a não coçar.
Às vezes ocorre infecção secundária devida ao ato de coçar e pode ser preciso o uso de antibióticos tópicos ou orais.
Existe vacina para alergia a mosquito?
Vários estudos têm demonstrado a eficácia da imunoterapia específica para mosquitos em pacientes com alergia a insetos, devendo essa ser feita de modo individual e por período de até 2 anos.
O objetivo da imunoterapia e acelerar o processo de dessensibilização natural ao mosquito de forma que ao invés de ter que esperar por anos até a criança melhorar conseguimos esse resultado em poucos meses.
A ideia básica da imunoterapia e dar ao paciente que é alérgico a saliva do mosquito pequenas quantidades dessa saliva, em doses progressivamente maiores, fazendo o paciente se acostumar (dessensibilizar) e parar de ter a reação alérgica.
A imunoterapia não é um repelente. A criança vai se picada como todo mundo porém ao invés de ter lesões que duram semanas e ao sumir deixam manchas na pele vai ter apenas pequenas bolinhas que somem rapidamente, como todos os outros não alérgicos.
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